terça-feira, 16 de maio de 2017

Na mitologia grega, Danaides eram as 50 filhas de Danáo, cujo irmão gêmero, Egipto forçou o casamento delas com os seus 50 filhos. Em retaliação, Danáo instruiu as filhas a matarem os maridos na noite de núpcias. 49 delas obedeceram, menos Hipermnestra, pois seu marido, Linceu, não a violou. As 49 Danaides foram punidas no Hades a lavarem seus pecados enchendo continuamente uma jarra com furos, que faziam a água escoar. Daí a referência de Aumont ao "tonel das Danaides".
Aumont diz que a análise fílmica é um tonel das Danaides: um recipiente com furos, o qual não pode ser enchido até seu limite, por mais que nele se coloque água, pois ela escorre continuamente por baixo. Uma análise fílmica não se esgota porque os elementos do filme não podem ser totalmente apreendidos. Eles nos escapam, da mesma forma que a água não pode ser contida no tonel das Danaides.
Então vamos falar de filmes. Vamos falar de cinema. Vamos também falar de séries... E vamos fazer tudo isso com uma pitada de análise, para fundamentar algumas coisas, mas não mais que isso, para não deixar o texto acadêmico demais - o informal e o cotidiano terão a preferência. 
Muito prazer, eu sou Aline Rebouças e este é o Tonel das Danaides, um espaço para pensar o cinema e a televisão. Seja bem vindo, fique à vontade. No próximo post (que vai sair já já) vou apresentar um filme francês bem especial.