quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Um pouco sobre RITA

                               

Segunda feira, 08 de janeiro de 2018 foi o dia em que (só por dentro, porque eu estava um uma virose do inferno) dei uns 500 pulos de alegria. Minha querida Netflix notificou que a 4ª temporada de RITA vai estrear neste dia 15!
Se você conhece a RITA sabe muito bem o tamanho da minha alegria. Se você (ainda!) não conhece a RITA, deixa eu te falar um pouco sobre ela.

Quem é RITA?

RITA: Série dinamarquesa de  Christian Torpe, protagonizada por Mille Dinesen 

RITA me conquistou logo no piloto. E os motivos são muitos. Ela é linda, independente, inteligente, irreverente, complexa, contraditória, sarcástica, estúpida, imprevisível, corajosa, verdadeira, apaixonante e absurdamente humana.

É professora do Ensino Médio. É mãe divorciada de três filhos (mais conservadores do que ela). Fuma muito. Tem problemas com bebida. E com pessoas. Todas as pessoas que não são seus alunos. 
É a personagem dos sonhos de qualquer roteirista.

Rita e familiares: mãe, filhos e nora

A série dinamarquesa mostra o cotidiano de RITA no trabalho e na família; os desafios que estas duas instituições lhe trazem e as saídas nem um pouco convencionais que ela costuma encontrar. Nesse entremeio, os altos e baixos de sua vida amorosa ganham destaque.

RITA parece uma força da natureza. Ela quebra tudo o que é frágil, mas insiste em existir sem fundamento: padrões, normas, autoridades, hipocrisias, mas também consegue machucar as pessoas que ama quando falha em conter os ímpetos mais egoístas (e autodestrutivos). E isso acaba tornando-a ainda mais envolvente porque mostra que estamos acompanhando a jornada de uma heroína que, acima de tudo, é um ser humano cheio de falhas, e de força.


O que RITA nos traz?

O ambiente de trabalho de RITA é pano de fundo para abordar questões polêmicas de modo realista e sensível: bullying, preconceitos de raças, de condições econômicas, doença mental, aborto, drogas, aborto, relações de poder.

A câmera é ágil, quase na velocidade das falas. Estas por sua vez, são sem precisas. Os movimentos de câmera combinados com a clareza e naturalidade dos diálogos dão o ritmo da série, onde, no fim das contas, nada de muito extraordinário acontece, ao passo que inúmeras pequenas nuances de verdades humanas saltam ao nosso olhar, como tudo o que há de belo e temível nelas.

A luz é fria, mesmo de dia e em externas, o que dialoga com o distanciamento (muitas vezes adicionado de um humor negro) dispensado às questões mais delicadas, como traição ou homofobia. Óbvio (mas ainda assim interessante) que, em consequência, acaba criando compatibilidade com o clima predominante frio da Dinamarca.

Temos, então, uma atmosfera fria, distante e sarcástica entre os personagens que dialoga com o clima frio do lugar com em formato de crônica de costumes, com direito a alfinetadas certeiras, elegantes e providenciais a diversas convenções sociais impregnadas de valores machistas e conservadores.

Uma das críticas dessa natureza, e recorrente nos episódios, é em relação à intensa vida sexual de RITA. À personagem, é natural ir sozinha a um bar e abordar um homem que ela já sabe que não verá novamente. Por isso, a professora é considerada “vadia” por homens que praticam o mesmo hábito, inclusive aqueles que, na intenção de vê-la novamente, não sabem lidar com um ”não, obrigada, foi só essa vez, mesmo”. Rita é uma mulher empoderada, e não permite que ninguém a faça sentir vergonha disso.

Rita e os colegas de trabalho

Os outros personagens são igualmente bem construídos. A professora novata, jovem e idealista Hjørdis, que aos poucos se torna a amiga mais próxima e afetuosa, o diretor Rasmus, cuja inseguranças como profissional e amante criam disparidades diante da personalidade forte de Rita, o colega ex-diretor, de comportamento parecido com o dela, que a provoca e gera uma tensão que é gostosa de acompanhar, todo o casting da produção foi muito bem escolhido e tem sido muito dirigido com muita excelência, inclusive as crianças e adolescentes da escola, cujo desempenho não deve em nada aos mais experientes.

A abertura mostra Rita pegando um longo fio preto de lã e entrelaçando nos dedos das mãos, como numa brincadeira típica de crianças popularmente conhecida como “cama de gato”. A medida que Rita entrelaça os dedos na linha, imagens vão surgindo, representando os aspectos da vida de Rita “entrelaçados”, confundidos, forjados e desfeitos entre sua casa e seu trabalho (tem um caso com o diretor, o filho estuda na escola onde ela trabalha, chegou a se envolver com o pai de uma aluna...), até finalmente o longo fio forma as letras do seu nome.

Abertura de RITA

RITA inspira. É uma produção de dar gosto de assistir e falar sobre. É para deleite de olhos e ouvidos. E boca!

Então espero que você tenha oportunidade de conhecer RITA e, assim como eu, se apaixonar... 

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